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BLOCO DO MANECA RESGATA CARNAVAL EM CARMÓPOLIS


Bloco do Maneca na edição 2018. Foto cedida pela organização.
O Carnaval 2019 chegou ao fim, mas para os foliões do município de Carmópolis/SE, a festa vai se estender mais um pouco, pois no próximo sábado, 9, o tradicional Bloco do Maneca vai desfilar pelas principais ruas da cidade. Festa conhecida como “Ressaca do Carnaval”.

O evento é independente e esteve parado por muitos anos, tendo seu retorno em 2016. Atualmente faz parte da organização, o ex-vereador por Carmópolis, Decio Neto e a comunicadora, Luciana Andrade, que tem apoio de colaboradores, como também do comércio local e políticos, para suprir os custos e assim garantir a alegria dos carmopolitanos e populares das regiões vizinhas.

A edição deste ano sairá do Bairro Curuba, às 16h. Com objetivo de garantir uma festa sem desentendimento e com muita curtição, foi criada uma campanha #SemMelação #SóAlegria, para lembrar que é necessário que haja respeito e a colaboração de todos, já que é uma festa onde todos participam, desde crianças a idosos.

Você sabe quem foi Maneca?

  
Maneca foi um mecânico famoso na cidade, consertava carros de diversas marcas e modelos, sua oficina era localizada na ladeira da Curuba em sua própria casa. De acordo com Luciana Andrade, ele era um carmopolitano da 'gema’, “ele era um homem bom, simples, alegre e muito festeiro”, explicou.

 Como tudo começou! 

Edição 2018. Foto cedida pela organização.
No início da década de 60, Carmópolis ainda era uma cidade pequena, com poucas ruas, praças e oportunidades. Segundo informações, a economia girava em torno dos pastos, canaviais e das usinas de açúcar da região e a prefeitura nunca dispunha de recursos suficientes para fazer festas, mesmo o seu tradicional carnaval de rua. E quando, ainda assim, tinha carnaval a elite se divertia com seus blocos acompanhados por bandinhas de frevo pela tarde nas ruas e bailes no Mercado Municipal à noite.

Então surgiu o Bloco do Maneca, com tradição de distribuir cachaça levada nos caçuás de um burrinho, seu bloco era também uma manifestação social que protestava pelo fato de que nos blocos oficiais só as moças de família e os rapazes da sociedade podiam ‘frevar’ e sambar no carnaval. Quem fazia parte da classe social de baixa renda, ficava de fora.

Bloco do Maneca

A comunicadora contou que o bloco era auxiliado por João Maduro (trombonista), Aurino (tambor) e Nogueirinha (pandeiro), Maneca montava em um burrico, enchia as ancoretas da cangalha de cachaça no Bumba de seu Canti, colocava tira-gostos de salsicha num penico e descia da Curuba para cidade fazendo de graça, o seu carnaval irreverente e provocativo, mas sempre marcado por muita animação, bom humor, paz e alegria contagiante.

“Quando o seu bloco cruzava com os blocos oficiais do carnaval ele não se deixava intimidar pela multidão de brincantes fantasiados e suas grandes orquestras de frevo, seguindo sempre altaneiro em suas saliências carnavalescas” disse Luciana.

E quando, nos anos em que a prefeitura não tinha dinheiro para fazer a festa, ele então reinava soberano nas ruas, literalmente salvava o carnaval da cidade e permitia que todo mundo seguisse seu bloco-de-sujos formado basicamente por pessoas menos favorecidas financeiramente, por cortadores de cana, chamadores de bois, feirantes, varredoras de ruas, desempregados, e outros desses segmentos sociais.

Atualmente

Reviver o Bloco do Maneca é uma grande ideia dos jovens carmopolitanos que hoje buscam suas raízes no passado e desenham seu futuro valorizando o papel de pessoas que construíram a história, a cultura e a vida social da eterna cidade do Rancho, do Carmo, Carmópolis.

Viva Maneca!!!

Bianca Vieira
*Com informações dos organizadores do evento


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